Anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) em março de 2014, o Campus do Sertão é mais uma ação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) rumo à consolidação do projeto de interiorização do ensino superior no Estado. O município de Nossa Senhora da Glória, no Alto Sertão Sergipano, foi a localidade escolhida para a implantação do campus.
Dentro dessa perspectiva, a UFS trabalha com a ideia de que a presença permanente da instituição no interior sergipano, formando jovens socialmente conscientes e críticos, seja um fator decisivo para a mudança da realidade social, econômica, educacional, científica e tecnológica das diversas regiões do Estado.
Outrossim, entende que a ausência da educação superior nessas regiões implica na perda de jovens inteligentes e de potenciais agentes de mudanças sociais, que migram do interior para os centros urbanos em busca de novas oportunidades.
Neste cenário, com a criação do Campus do Sertão, a UFS reafirma o seu compromisso de estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico, formando não apenas diplomados, mas cidadãos engajados com a transformação da realidade social do meio em que vivem.
O Campus do Sertão é fruto de sólidas parcerias entre a UFS e instituições como o Governo do Estado de Sergipe, o Ministério Público do Trabalho, a prefeitura de Nossa Senhora da Glória, os movimentos sociais organizados e os pequenos produtores rurais da região.
Além dessas, outra parceria está sendo firmada com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Semiárido, para a concessão do espaço onde serão construídas as instalações da Fazenda Experimental do Campus.
O Alto Sertão Sergipano, região onde está instalado o Campus, possui entre as suas principais atividades econômicas a agropecuária, onde se destaca na produção de leite e milho. A chegada da universidade visa impulsionar a cadeia produtiva da região, incentivando aquelas atividades que dialoguem com a agricultura familiar, a sustentabilidade e a agroecologia.
No sentido de interagir com os setores produtivos locais, foram escolhidos quatro cursos na área das Ciências Agrárias: Medicina Veterinária, Engenharia Agronômica, Zootecnia e Agroindústria. Anualmente são ofertadas 50 vagas para cada curso, onde os candidatos que tiverem cursado todo o ensino médio em escolas regulares e presenciais em municípios do Semiárido Sergipano, têm direito ao argumento de inclusão regional correspondente ao acréscimo de 10% (dez por cento) na nota final do candidato. O acréscimo tem efeito apenas classificatório, não sendo levado em consideração na análise dos critérios eliminatórios.
Nos cursos, a metodologia de ensino adotada é a Aprendizagem Baseada em Problemas – ABP, método utilizado no Brasil baseado no PBL, do inglês Problem Based Learning. Diferente do método tradicional, na ABP o aluno exerce papel central no processo de aprendizagem, participando de forma ativa de discussões realizadas em sala de aula, sob a mediação do professor que, neste caso, assume o papel de tutor. O Campus do Sertão se destaca como a primeira universidade brasileira na área de Ciências Agrárias a utilizar a metodologia em todos os cursos.
Com a formulação do programa pedagógico de cada curso tendo como base a Metodologia Ativa da ABP, a ideia é que os estudantes possam desenvolver, de forma participativa e em contato com a comunidade, conhecimentos, habilidades e atitudes que os auxiliem na construção de um pensamento crítico, oportunizando-os, assim, assumirem uma postura proativa diante dos problemas encontrados em campo.
A Aula Magna do Campus do Sertão foi realizada no dia 29 de setembro de 2015. Já o começo do ano letivo se deu no dia 23 de novembro do mesmo ano, data esta que marcou o início das atividades na unidade.