Uma manga Maria comprada da feira em 2000. Hoje, a semente dessa fruta é uma árvore de 22 anos.
É a árvore mais velha do Campus do Sertão. É a mangueira que cede sombra e frutos, junto com genipapeiro, cajueiro, abacateiro e outras plantas de décadas.
O semeador? O segurança Osvaldo dos Santos Souza. Fez isso desde os tempos em que aqui, onde atualmente, funciona o Campus, funcionava a antiga Regional de Saúde de Sergipe e ele já atuava como segurança.
Na manhã de hoje, 20 de setembro de 2022, fomos conhecer o trabalho que esteve presente ao longo de mais de duas décadas e que permitiu a todas as pessoas que compõem o Campus do Sertão se beneficiarem da melhor condição térmica provocada pelas sombras das árvores.
Reunidos em uma roda de conversa a direção, técnicos administrativos, docentes e discentes ouviram o Sr Osvaldo contar sobre as espécies arbóreas escolhidas e o motivo da escolha, as épocas dos plantios e o trabalho envolvido para que essas árvores tomassem esse porte.
Ao ouvi-lo, percebemos que o lugar mais aconchegante do Campus do Sertão, em termos de temperatura, ao ar livre, em pleno sertão sergipano, existe devido ao seu trabalho. Vivenciamos na prática, o que estudamos sobre o papel das árvores nas cidades para redução das ilhas de calor cada vez mais frequentes e mais fortes.
Também foi compartilhado que a comunidade acadêmica acaba se beneficiando dos frutos (manga, abacate, acerola, goiaba, amora, etc) e isso é o que caracteriza os jardins funcionais: plantas que, além da estética, trazem outras funcionalidades - alimento, abrigo para animais, sombra, conforto térmico, harmonia das pessoas com o ambiente, bem-estar e saúde.
No decorrer da roda, também tivemos a oportunidade de agradecer ao senhor Osvaldo por ter preparado esse espaço para a nossa chegada, pois o Campus do Sertão iniciou as atividades em 2015 e ele começou o plantio em 2000. Espaço esse conhecido, carinhosamente por ele, como “Recanto do Sossego”.
A ideia de homenagearmos surge, em razão de que, ao pensarmos sobre os rumos tomados, desde 2016, pelo Projeto de Extensão Jardim Funcional, uma das integrantes do projeto, a técnica Cleciana Andrade, argumenta: “eu acho que o projeto funcional começou com o senhor Osvaldo”.
Como temos parte da memória do jardim funcional registrada, realizamos a roda de hoje para que a memória anterior a 2016 não se perca. Assim, hoje fizemos os registros fotográficos e a gravação da roda para registros futuros.
Também a homenagem surge para pensarmos que ações dessa natureza, no anonimato, um pouco de cada vez, fazem a Universidade mais bonita e mais confortável para os que por aqui passam.
Estamos todos de passagem frente à magnitude das árvores…
E aí, o que podemos aprender com o senhor Osvaldo?